Sertão se Destaca no Cenário Econômico
O panorama econômico de Pernambuco neste ano revela um crescimento significativo, com o Sertão ocupando papel central. Dados divulgados na última sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que Lagoa Grande, localizado no Sertão do São Francisco, alcançou a liderança em crescimento econômico no estado, com um impressionante aumento de 38,6% no Produto Interno Bruto (PIB) em relação a 2022. Essa evolução impulsionou o município, que subiu 12 posições no ranking estadual, agora figurando como a 45ª maior economia de Pernambuco.
Esse desempenho notável contrasta com a média de crescimento dos demais municípios do estado, que foi de 10,8%. Recife, a capital, obteve um crescimento de 10,4%, ligeiramente abaixo da média estadual.
Fruticultura como Pilar do Crescimento
O sucesso econômico de Lagoa Grande está intimamente ligado ao setor de fruticultura. O município é conhecido por ser o segundo maior PIB agrícola da Região do São Francisco, além de ser a quarta maior produtora de frutas do Brasil. Nos últimos trinta anos, a cidade tem atraído investimentos para melhorar a infraestrutura de transporte e serviços voltados à produção de uva, especialmente para a vinificação. Hoje, a agricultura representa 36% do valor adicionado bruto do município.
Além de Lagoa Grande, outros municípios do interior de Pernambuco também registraram avanços significativos em 2023. Os destaques foram São Joaquim do Monte, com um crescimento de 33,4%; São José do Belmonte, que cresceu 33,2%; e Canhotinho, com 31,9%. Por outro lado, cinco cidades enfrentaram retrações econômicas. Bezerros foi a mais afetada, apresentando uma queda de 9,3% no PIB, seguida por Sairé (-4,6%), Panelas (-3,7%), Joaquim Nabuco (-2%) e Escada (-1,4%).
Pernambuco e o Cenário Nordestino
De maneira geral, o crescimento agregado dos municípios pernambucanos possibilitou uma ampliação da participação do estado na economia da Região Nordeste. Contudo, Pernambuco ainda não recuperou os níveis de produção econômica que tinha antes da pandemia e continua atrás da Bahia nesse aspecto.
O estudo do IBGE também evidencia a forte dependência do setor de serviços na economia estadual. Pernambuco apresenta um índice de concentração de Gini de 0,783 nesse setor, o mais alto do Nordeste. Em comparação, a concentração do PIB total do estado é inferior à média nacional, que é de 0,838, indicando uma distribuição de riqueza municipal menos desigual em relação ao restante do Brasil.
Ranking das Capitais e PIB per Capita
No que diz respeito ao ranking das capitais, Recife ocupa a 15ª posição nacional na relação entre o PIB per capita local e o PIB per capita do Brasil. Em 2023, o PIB per capita nacional foi de R$ 53.886,67, o que ilustra a disparidade regional.
Variações de PIB: Altos e Baixos em Pernambuco
Entre os maiores crescimentos do PIB em 2023 estão Lagoa Grande (+38,6%), São Joaquim do Monte (+33,4%), São José do Belmonte (+33,2%), Canhotinho (+31,9%), Saloá (+28,6%) e Santa Maria da Boa Vista (+28,1%). As menores variações e quedas foram registradas em Recife (+10,4%), Custódia (+0,6%), Ilha de Itamaracá (+0,2%), Escada (-1,4%), Joaquim Nabuco (-2,0%), Panelas (-3,7%), Sairé (-4,6%) e Bezerros (-9,3%).
Os dados apresentados sublinham a crescente importância do interior pernambucano, especialmente do Sertão do São Francisco, no fortalecimento econômico do estado.

