Mercado em Alta e Expectativas para a Nova Safra
Nesta semana, o mercado físico de café no Brasil apresentou um aumento significativo nas negociações, impulsionado pela estabilidade e valorização dos preços, com destaque para o café arábica. O consultor da Safras & Mercado, Gil Barabach, destaca que o volume de transações foi considerado robusto nas principais regiões produtoras. “Houve um leve aumento no interesse por contratos da nova safra, com entrega programada para setembro de 2026. Os produtores brasileiros estão atentos ao bom momento do mercado, calibrando suas vendas e aproveitando as oportunidades de comercialização”, explica Barabach.
Estabilidade nos Preços em Minas Gerais
Apesar da significativa queda na Bolsa de Nova York na última quinta-feira (23), os preços do café natural duro na região Sul de Minas permaneceram estáveis, sendo cotados em aproximadamente R$ 2.350,00 por saca, um leve aumento em relação aos R$ 2.340,00 da semana anterior. No Cerrado Mineiro, os cafés de qualidade superior apresentaram uma alta de cerca de R$ 10,00 por saca, negociados entre R$ 2.440,00 e R$ 2.450,00. Contudo, os cafés de qualidade inferior, como o tipo Rio com 20% de catação, continuam a apresentar baixa procura, permanecendo em torno de R$ 1.680,00 por saca.
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Fonte: curitibainforma.com.br
Cenário do Conilon e Recuperação de Preços
A situação nas regiões produtoras de conilon mostra uma recuperação nos preços, que aumentaram entre R$ 30,00 e R$ 35,00 por saca ao longo da semana. Atualmente, o conilon tipo 7/8 é comercializado em torno de R$ 1.380,00 por saca, conforme dados da Safras & Mercado.
Exportações em Queda, Mas Receita em Alta
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) reportou que o país exportou 3,750 milhões de sacas de 60 kg em setembro, refletindo uma diminuição de 18,4% em comparação com as 4,598 milhões de sacas embarcadas no mesmo mês de 2024. No acumulado dos primeiros três meses da temporada 2025/26 (julho a setembro), os embarques totalizaram 9,676 milhões de sacas, o que representa uma queda de 20,6% em relação ao mesmo período da safra anterior. Apesar da redução no volume exportado, a receita saltou 12%, atingindo US$ 3,521 bilhões, impulsionada pelos preços mais altos no mercado externo.
Cautela e Incertezas no Mercado Internacional
Segundo Barabach, o mercado FOB Brasil ainda enfrenta uma demanda fraca, consequência das tarifas comerciais e das incertezas econômicas globais. “Essa abordagem cautelosa dos compradores tem limitado a velocidade das negociações. Além disso, a forte volatilidade na Bolsa de Nova York leva os operadores a adotar uma postura mais cuidadosa”, conclui o consultor.

