terça-feira, dezembro 2

Importância do Caminho de Saint-Hilaire

O “Caminho de Saint-Hilaire”, uma rota cultural com aproximadamente 170 quilômetros de extensão que abrange cidades significativas como Conceição do Mato Dentro, Serro e Diamantina, será o foco de uma audiência pública promovida pela Comissão de Cultura. Esta reunião está agendada para esta terça-feira, dia 11 de novembro de 2025, às 9 horas, no Auditório do andar SE da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

A iniciativa decorre de um requerimento apresentado pelo presidente do colegiado, deputado Professor Cleiton (PV). Em sua justificativa, Cleiton ressalta a relevância do Caminho de Saint-Hilaire na preservação dos bens culturais, tanto materiais quanto imateriais, além da valorização da memória histórica das regiões que abriga e o fortalecimento das políticas públicas voltadas à cultura em Minas Gerais.

Valorização do Turismo Sustentável

“Como presidente da Comissão de Cultura, acredito que homenagear esse percurso, que leva o nome do naturalista francês Auguste Saint-Hilaire (1779-1853), é uma forma de valorizar não apenas a memória de quem desbravou nossa terra há mais de dois séculos, mas também de reforçar a importância do turismo comunitário e sustentável para o desenvolvimento dessas cidades”, enfatiza o deputado Professor Cleiton.

De acordo com informações do portal da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso, a concepção do Caminho de Saint-Hilaire teve início em 2014, com o intuito de conectar, de forma definitiva, os territórios que fazem parte da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço meridional. O nome da trilha foi escolhido para dar sentido e identidade ao território, inspirado na figura do naturalista francês Augustin François César Prouvençal de Saint-Hilaire, que por meio de suas anotações, ilumina e confere profundidade ao projeto.

Um Itinerário Histórico

A expedição de Saint-Hilaire pelo que hoje é conhecido como Caminho de Saint-Hilaire teve início em 1817. A trilha que se pode percorrer atualmente segue parte deste itinerário histórico, atravessando localidades como a antiga Paróquia de Conceição, Vila do Príncipe e Arraial do Tijuco, que atualmente são chamadas de Conceição do Mato Dentro, Serro e Diamantina.

O portal também destaca que o Caminho de Saint-Hilaire revela uma vegetação única dos campos rupestres, caracterizada por floradas multicoloridas, que compõem menos de 1% do território nacional e abrigam espécies catalogadas por Saint-Hilaire. Entre essas espécies, destaca-se o simbólico “Pau Santo”, cujas flores representam o caminho, e o “Rosmaninho”, utilizado para preparar o chá do pedestre, uma bebida adotada pelo naturalista por suas propriedades anti-inflamatórias e relaxantes.

Gastronomia e Fé na Trilha

Ao longo do percurso, encontra-se também o berço da gastronomia mineira, localizado na região do Serro. Nesta área, está a maior e mais antiga bacia leiteira das Américas, responsável pelo processamento contínuo do leite cru para a produção de queijos artesanais. Além disso, o trajeto é marcado por importantes marcos da fé cristã, que enriquecem ainda mais a experiência cultural da região.

Registros históricos indicam que o cientista Saint-Hilaire tinha uma profunda identificação com o Brasil, contribuindo para o registro do Brasil Colônia e para o conhecimento da flora nativa, que ainda são referências na atualidade. Após seu retorno à França, Saint-Hilaire continuou sua influência como um dos membros honorários do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Exit mobile version