Uma Nova Onda para a Economia Nacional
A Economia do Mar no Brasil ganha impulso com a recente instalação da Frente Parlamentar da Economia do Mar – Setor Náutico, no Senado Federal, em Brasília. Dados da Associação Náutica Brasileira indicam que a produção de cada embarcação no país gera, em média, quatro empregos diretos e até oito indiretos, abrangendo desde a construção até o turismo. De acordo com as informações apresentadas em 8 de outubro, a cadeia produtiva do setor movimenta bilhões de reais anualmente.
Composta por 31 senadores e 23 deputados federais, a nova frente tem o objetivo de defender os interesses do setor náutico, promovendo o desenvolvimento da infraestrutura portuária e aquaviária, o fortalecimento da indústria náutica nacional e o incentivo a serviços correlatos. Além disso, buscará acompanhar projetos de interesse do setor no Congresso Nacional e assessorar parlamentares na elaboração e votação de iniciativas pertinentes.
O Presidente da Frente Parlamentar, Senador Esperidião Amin, destacou a importância da iniciativa para aumentar a percepção sobre o valor do mar para o Brasil. ‘A instalação da Frente nos permite acreditar em um futuro promissor, com uma visão ampliada sobre o que o mar representa para o nosso País. As perspectivas de desenvolvimento econômico e social são imensas e devem ser abordadas de forma sustentável’, afirmou.
A reunião inaugural contou com a presença de representantes do setor público e privado, que firmaram um compromisso em prol da Economia Azul. Leandro Ferrari, Presidente da Associação Náutica Brasileira, ressaltou que ‘por anos fomos invisíveis, mas cada estaleiro e marina abriga uma complexa cadeia produtiva que inclui indústria, comércio, serviços e turismo, gerando milhares de empregos qualificados’.
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A Secretária do Mar de Salvador, Maria Eduarda Lomanto, expressou otimismo em relação às ações que a frente pode impulsionar. ‘Espero que outros estados adotem estratégias semelhantes, pensando em uma política de Estado para nossa infraestrutura náutica e todos os profissionais envolvidos, desde pescadores a pesquisadores. Temos um enorme potencial a ser explorado’, declarou.
O que é a Economia Azul?
A Economia Azul é definida pelo Grupo Banco Mundial como o desenvolvimento sustentável e integrado de setores econômicos em oceanos saudáveis. No Brasil, cerca de 20 milhões de pessoas estão ligadas a atividades relacionadas ao mar, que podem representar até 16% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, principalmente nas regiões costeiras e litorâneas.
Conforme a Diretoria-Geral de Navegação (DGN) da Marinha do Brasil, o oceano já contribui com mais de R$ 1,74 trilhão à economia nacional. Aproximadamente 45% do pescado consumido no País provém do mar, e a plataforma continental brasileira abriga cabos submarinos que são responsáveis por mais de 95% dos dados de internet transmitidos, conectando o Brasil ao mundo. O subsolo marinho também é rico em nódulos polimetálicos, que contêm elementos estratégicos como cobalto e níquel.
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Fonte: alagoasinforma.com.br
Próximos Passos para a Economia do Mar
O Vice-Presidente da Frente, Senador Jorge Seif, antecipou possíveis avanços com a iniciativa, mencionando que ‘essa Frente Parlamentar chega em um momento oportuno’, especialmente para fortalecer projetos como a BR do Mar, que visa otimizar o transporte marítimo no País. ‘Temos uma costa maravilhosa de mais de 8.500 quilômetros a ser explorada’, acrescentou.
Seif também afirmou que a Frente Parlamentar irá reforçar os esforços da Marinha do Brasil para proteger a costa nacional. ‘É crucial que a Marinha permaneça forte para salvaguardar nossa Amazônia Azul e os recursos que estão sob nossos cuidados. Vocês desempenham um papel vital na manutenção da soberania do nosso país’, destacou.
O Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante de Esquadra Arthur Fernando Bettega Corrêa, ressaltou que o uso eficiente do mar depende de uma Marinha eficaz. ‘É fundamental que o Brasil possua uma força naval moderna e capaz de enfrentar desafios marítimos que possam afetar nossa segurança’, afirmou, em nome do Comandante da Marinha.
Ele ressaltou que o atual momento indica um despertar da sociedade brasileira para a relevância da Amazônia Azul e suas implicações econômicas. ‘Estamos diante de um futuro promissor para o setor náutico, que pode servir de exemplo para outras áreas que utilizam de maneira sustentável os recursos marinhos’, concluiu.
Entre as iniciativas da Marinha, destacou-se o trabalho da Diretoria de Portos e Costas, que vem implementando melhorias na regulamentação e modernização dos processos do setor náutico. Isso inclui a digitalização e a simplificação dos trâmites nas Capitanias dos Portos, além de programas de incentivo à certificação de embarcações e à formação de profissionais do setor marítimo.
Por fim, foi mencionado o Planejamento Espacial Marinho, projeto coordenado pela Marinha em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Este planejamento visa harmonizar o crescimento das atividades econômicas, sociais e ambientais nas águas jurisdicionais brasileiras, garantindo uma exploração sustentável e segura dos recursos marinhos.