Um diálogo transformador sobre cultura e meio ambiente

No último dia 10, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, teve a oportunidade de se encontrar com crianças que participam do festival e Seminário Cultura Infância e Natureza: Agir pelo Planeta, no Rio de Janeiro. O evento, que se estenderá até o dia 12, visa promover um espaço onde as novas gerações possam expressar suas visões sobre cultura e preservação ambiental. Para a ministra, esta iniciativa é uma chance crucial de utilizar a cultura como um instrumento para formar cidadãos mais conscientes e engajados com questões ambientais.

Margareth enfatizou a importância de refletir sobre como a cultura pode facilitar a compreensão das informações relacionadas às mudanças climáticas que já impactam o cotidiano. “As crianças estão atentas ao que acontece ao seu redor. A cultura é uma poderosa ferramenta de comunicação”, destacou a ministra durante o encontro.

Crianças de diferentes regiões do Brasil participaram ativamente, compartilhando suas opiniões e aspirações sobre o papel da cultura em suas vidas. Eduarda Paim, 11 anos, de Porto Alegre (RS), ressaltou a necessidade de mais espaços de expressão cultural para crianças. “Precisamos de mais lugares onde possamos mostrar nossa cultura”, afirmou. Seu colega Francisco Zulu Batista, também de 11 anos, acrescentou que “projetos nas escolas para ajudar as crianças” seriam benéficos.

Em resposta a essas demandas, Margareth falou sobre algumas das iniciativas do Ministério da Cultura, incluindo a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura e o Sistema Nacional de Cultura. A conversa abordou temas sérios, mas de forma leve, envolvendo músicas, danças e brincadeiras.

“Este é um espaço de escuta e resposta. Hoje, discutimos a história da cultura e as políticas que estão sendo implementadas, sempre buscando a inclusão de todos os territórios e promovendo oportunidades por meio de leis como a Rouanet e a Aldir Blanc. Queremos garantir que as políticas culturais cheguem às crianças, mas primeiro precisamos ouvi-las”, comentou a ministra.

Durante o evento, Margareth acompanhou a elaboração da Carta das Crianças pelo Planeta, que será finalizada durante as oficinas do festival. Este documento será apresentado na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – COP30, que acontecerá em Belém (PA) no próximo mês.

A diretora do Museu da Imaginação, Rita Oenning da Silva, que coordena as oficinas, enfatizou a conexão entre cultura e natureza. “As crianças trazem suas danças, expressões e relatos de seus biomas. Nossa existência está intrinsicamente ligada à natureza, assim como à cultura, que nos proporciona identidade e coletividade. Trabalhamos essas questões com seriedade, usando a dança e a música como formas de expressão”, destacou.

A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg, reforçou a relevância da participação das crianças nas políticas culturais. “Nenhuma política cultural será verdadeiramente democrática sem incluir e ouvir as crianças e adolescentes. A participação delas é um pilar fundamental para construir uma sociedade mais inclusiva e justa”, acrescentou.

Programação rica e diversificada para as infâncias

O segundo dia do festival foi repleto de atividades, incluindo oficinas no Museu do Amanhã e uma mesa de debates na Universidade Federal do Rio de Janeiro. O tema discutido foi Cultura, Infância e Linguagens: Arte, Corpo, Memórias e Inclusão. Os participantes abordaram a importância de consolidar as linguagens artísticas e culturais, bem como o brincar e a ludicidade como direitos culturais essenciais, promovendo cidadania e pertencimento em um cenário de desafios sociais e climáticos.

A diretora de Promoção da Diversidade Cultural do MinC, Karina Gama, ressaltou a necessidade de unir esforços entre diferentes instituições para fortalecer essa pauta. “Nós entendemos a cultura como algo que vai além do entretenimento; ela é uma garantia de direitos culturais e influencia profundamente as relações sociais. É imprescindível priorizar a infância em nossas ações,” afirmou.

A mesa de debates contou com a participação do pesquisador Gandhy Piorsky, que trouxe reflexões inspiradoras, além de representantes de diversos coletivos e festivais culturais. O evento também exibiu o documentário inédito “Do colo à Terra”, que retrata as vivências de crianças de comunidades indígenas, revelando a importância da cultura nas suas identidades.

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