Um Marco na Inclusão Cultural

O Cadastro Nacional de Pontos e Pontões de Cultura, coordenado pelo Ministério da Cultura (MinC), alcançou a impressionante marca de 10 mil entidades e coletivos culturais certificados em todo o Brasil. Este avanço é significativo, já que 2.800 novos pontos foram adicionados entre 1º de agosto e 2 de outubro deste ano, graças aos editais lançados com os recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, voltados para a execução da Política Nacional de Cultura Viva (PNCV).

Uma nova ferramenta foi implementada, permitindo que os governos estaduais e do Distrito Federal incluam no Cadastro Nacional as organizações culturais que foram selecionadas em seus editais certificadores. Até o momento, 13 governos estaduais e distrital completaram o envio das informações. Entre eles estão a Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Outros estados ainda precisam inserir dados das iniciativas que reconhecem localmente.

Crescimento entre Municípios

Mais de 200 municípios também participaram do processo, com destaque para capitais como Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, São Paulo, Teresina, Rio de Janeiro e Rio Branco. O Ministério da Cultura espera que, nos próximos meses, mais de mil municípios sigam esse caminho. A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg, enfatizou que o compartilhamento de informações é fundamental para a gestão colaborativa da PNCV entre a União, estados, Distrito Federal e municípios.

“O crescimento da rede é diretamente relacionado à revitalização da Cultura Viva e ao maior investimento do governo na área em mais de 20 anos”, assegurou Rollemberg. Ela destacou que a certificação de 10 mil Pontos de Cultura é motivo de celebração e um reflexo do compromisso do presidente Lula e da ministra da Cultura, Margareth Menezes. Desde a recriação do MinC em 2023, o número de certificações mais que dobrou, subindo de pouco mais de 4 mil.

Um Investimento Sem Precedentes

O primeiro ciclo da Aldir Blanc resultou em um investimento em cultura de cerca de R$ 450 milhões. Esse montante é resultado da obrigatoriedade dos estados e do DF destinarem ao menos 10% dos recursos recebidos do Governo Federal à PNCV, enquanto municípios que receberam mais de R$ 360 mil devem investir pelo menos 20% na rede de Pontos de Cultura local. Por meio da Política Aldir Blanc de Fomento à Cultura, cerca de 15 mil Pontos e Pontões de Cultura foram fomentados no primeiro ciclo, abrangendo todos os 27 estados/DF e mais de 1.200 municípios.

“Esse investimento tem proporcionado condições para que a Política Nacional de Cultura Viva alcance uma abrangência e escala inéditas em seus 21 anos de história”, disse João Pontes, diretor da PNCV. Ele ressaltou que muitas entidades e coletivos, como povos indígenas, comunidades quilombolas e grupos de teatro comunitário, não conheciam o Cadastro, criado em 2016. O crescimento do Cadastro não só reflete a ampliação da política pública, mas também um movimento popular em busca de consciência sobre os direitos culturais.

Caminhos para a Certificação

No primeiro ano da Aldir Blanc, todos os editais lançados para a Cultura Viva funcionaram como certificadores, permitindo que entidades culturais selecionadas fossem automaticamente incluídas no Cadastro Nacional durante o processo de importação de dados, mesmo sem certificação prévia. Na segunda etapa, será necessário que 50% dos recursos sejam direcionados a entidades já reconhecidas, e apenas os editais de prêmios atuarão como certificadores.

Além disso, a Comissão Nacional de Certificação Simplificada, que inclui representantes do poder público e da sociedade civil, continua a analisar as inscrições feitas diretamente no Cadastro Nacional. As importações realizadas por estados, DF e municípios têm diminuído a demanda da Comissão e acelerado a certificação das organizações culturais.

Importância da Atualização Cadastral

Após a inclusão no Cadastro Nacional, as organizações culturais — tanto as recém-certificadas quanto as já existentes — devem atualizar suas informações na plataforma. O processo exige o preenchimento de dados como identidade institucional, áreas de atuação, histórico cultural, contatos e endereço, o que possibilita a visualização no Mapa Cultura Viva. Esse instrumento público informa a sociedade sobre a diversidade de iniciativas culturais em todo o país.

A atualização cadastral gera dados qualificados que são essenciais para aprimorar as políticas públicas, fortalecer a gestão compartilhada e ampliar a participação social, garantindo que a Cultura Viva continue a florescer no Brasil.

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