O Papel da inovação na Economia Moderna
O Nobel de Economia 2024 foi concedido a três acadêmicos que aprofundaram a compreensão sobre o crescimento econômico sustentado por meio da inovação. Metade do prêmio foi atribuída a Joel Mokyr, professor da Northwestern University, pelos seus estudos sobre os pré-requisitos necessários para que o progresso tecnológico impulsionasse uma economia com crescimento contínuo. A outra parte foi dividida entre Philippe Aghion, do Collège de France, INSEAD e London School of Economics, e Peter Howitt, da Brown University, reconhecidos por sua teoria que vincula crescimento econômico a um conceito conhecido como destruição criativa.
A pesquisa dos laureados aborda uma das questões mais intrigantes da economia contemporânea: a transição de séculos de estagnação para um aumento contínuo na produtividade e qualidade de vida nas últimas décadas.
De acordo com a Academia, Mokyr, Aghion e Howitt revelaram que a inovação é o verdadeiro motor por trás dessa transformação. Tecnologias emergentes, novos produtos e métodos de produção estão constantemente substituindo os antigos, em um ciclo de renovação que não apenas eleva a produtividade, mas também melhora o padrão de vida ao redor do mundo.
“A tecnologia avança e impacta todos nós, criando um ciclo permanente de substituição e progresso”, afirmou a instituição em um comunicado, ressaltando que este mecanismo é a base do crescimento sustentável, que tem promovido melhorias significativas em saúde, renda e qualidade de vida globalmente.
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A Contribuição de Joel Mokyr para a Economia
Joel Mokyr, um historiador econômico, centrou suas investigações nas raízes da Revolução Industrial, buscando entender como o crescimento sustentado emergiu. Ele argumenta que as inovações proliferaram somente quando a sociedade começou a valorizar o conhecimento científico e a racionalidade nas descobertas. Antes desse marco, os avanços eram esporádicos e sem continuidade. Mokyr demonstrou que o progresso se tornou autossustentado apenas quando ciência e tecnologia passaram a dialogar, permitindo que inovações se baseassem em conhecimentos já existentes.
Além disso, sua pesquisa destaca a importância de fatores culturais e institucionais: sociedades que abraçam novas ideias e são abertas à mudança têm mais chances de sustentar inovações ao longo do tempo. É uma visão que reflete como a cultura pode influenciar o avanço econômico.
Destruição Criativa: A Teoria de Aghion e Howitt
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Philippe Aghion e Peter Howitt, em 1992, introduziram um modelo matemático que se tornou referência na economia moderna. Inspirados pelas ideias de Joseph Schumpeter, eles descreveram o conceito de “destruição criativa”, onde a inovação gera novas oportunidades ao mesmo tempo em que elimina velhas tecnologias.
Esse modelo demonstra que cada avanço tecnológico não apenas aumenta a produtividade, mas também desafia empresas e trabalhadores que utilizam tecnologias obsoletas. Esse equilíbrio entre ganhos coletivos e perdas individuais atua como um motor para o desenvolvimento, embora também possa gerar tensões que ameaçam o progresso.
Os economistas mostraram que, em ambientes institucionais que favorecem a concorrência e o investimento em conhecimento, o ciclo de destruição criativa resulta em prosperidade contínua. No entanto, quando grupos estabelecidos tentam bloquear inovações, a economia pode enfrentar um retrocesso.
Aghion, que nasceu em Paris, é o único dos três laureados a residir na Europa. Imediatamente após o anúncio da premiação, o presidente da França, Emmanuel Macron, enviou suas felicitações através da rede social X, destacando a importância do trabalho de Aghion para o crescimento por meio da inovação e exaltando a contribuição do pensamento francês ao cenário mundial.
Outros Laureados no Nobel de Economia
No ano anterior, o Nobel de Economia foi concedido a Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson, cujas pesquisas examinaram como as instituições influenciam a prosperidade e a desigualdade. Acemoglu e Johnson, pesquisadores do MIT, e Robinson, da Universidade de Chicago, utilizaram tanto teorias quanto dados empíricos para explorar as diferenças de riqueza e desigualdade entre nações.
O prêmio, oficialmente denominado Prêmio Sveriges Riksbank em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, foi criado em 1968 pelo banco central sueco, complementando os prêmios estabelecidos no testamento do inventor sueco Alfred Nobel, que faleceu em 1896.