terça-feira 23 de dezembro

Reforma Ministerial do Turismo

Em uma movimentação que promete repercussões no cenário político brasileiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossou, nesta terça-feira, o novo ministro do Turismo, Gustavo Feliciano. A nomeação ocorre após a saída conturbada de seu antecessor, que foi expulso do União Brasil. Sabino, que ocupava o cargo, desobedeceu um ultimato do partido, que havia solicitado a seus membros que abandonassem seus postos no governo federal.

O União Brasil havia anunciado oficialmente seu rompimento com a administração do Palácio do Planalto, exigindo a saída de seus ministros. A decisão resultou na expulsão de Sabino, que, ao optar por permanecer na chefia da pasta, contrariou as orientações da sigla. Essa situação gerou um impasse, mas também abriu caminho para uma reaproximação entre o governo e o partido, que agora reivindica de volta a posição do ministério.

Expectativas e Alianças Políticas

A escolha de Feliciano para o cargo de ministro do Turismo teve o apoio da bancada governista do União na Câmara, onde a maioria dos deputados entendia que era necessário manter um representante na Esplanada dos Ministérios. Embora atualmente esteja sem partido, Gustavo Feliciano tem um histórico com o União na Paraíba, onde foi o terceiro vice-presidente do diretório estadual, liderado pelo senador Efraim Filho.

Feliciano é filho do deputado Damião Feliciano e atuou como secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba entre 2019 e 2021. Sua ascensão ao ministério é vista como uma tentativa do governo de suavizar as relações com o União Brasil, que vem enfrentando turbulências desde a expulsão de Sabino.

Apoio do Presidente da Câmara

O novo ministro também conta com o respaldo do presidente da Câmara, Hugo Motta, que se reaproximou do governo após desavenças relacionadas ao Projeto de Lei Antifacção, atualmente em trâmite no Congresso Nacional. Em suas redes sociais, Motta parabenizou Feliciano pela nova função, afirmando que o cargo agora está nas mãos do representante certo.

Contexto Político do União Brasil

A crise interna do União Brasil começou em setembro, quando a cúpula da sigla decidiu exigir que todos os filiados deixassem suas funções na administração Lula. A norma, aprovada pela liderança do partido, estabelecia que os membros que não abandonassem seus cargos poderiam enfrentar punições disciplinares, incluindo a expulsão. Apesar da medida rígida, as exceções foram feitas para os ministros Waldez Góes, responsável pelo Desenvolvimento Regional, e Frederico Siqueira, das Comunicações, que permanecem nos cargos por serem apadrinhados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

Waldez, por exemplo, foi nomeado no início do governo Lula, e embora tenha vínculos com o PDT, aceitou o cargo como indicado do União Brasil. Já Siqueira foi empossado em abril, substituindo Juscelino Filho, que deixou o posto após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República por supostas irregularidades.

Desdobramentos e Impactos

A demissão de Juscelino e a breve vacância do cargo de ministro das Comunicações geraram ainda mais instabilidade. O União Brasil chegou a indicar Pedro Lucas, deputado e líder do partido, para a posição, mas ele se recuou em seguida, enviando um pedido de desculpas a Lula. Essa troca de ministros reflete a tensão entre o partido e o governo.

Por fim, as exigências do União Brasil para que seus membros deixassem o governo surgiram em um contexto de polêmicas envolvendo o presidente nacional da sigla, Antonio de Rueda, e supostas ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC), o que Rueda nega. O partido, por sua vez, alega que as informações divulgadas têm conotações políticas e que o governo estava utilizando a estrutura estatal para desgastar sua imagem.

A relação entre o União Brasil e a administração Lula agora passa por um novo teste, com a esperança de que a indicação de Feliciano possa trazer estabilidade e um alinhamento mais efetivo nas questões de turismo e desenvolvimento econômico no Brasil.

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