sexta-feira, outubro 24

Desvendando a Realidade das Mães de Crianças Atípicas

O programa Profissão Repórter desta semana traz à tona a difícil rotina de mães que cuidam de crianças e adolescentes atípicos. De acordo com o Censo Demográfico de 2022, mais de 14 milhões de brasileiros vivem com algum tipo de deficiência, e muitas dessas histórias são contadas a partir da perspectiva das mães. Um exemplo é Lucimara Roque, que há 24 anos dedica sua vida ao cuidado do filho Guilherme, diagnosticado com deficiência intelectual e sob investigação para autismo.

“Desde pequeno, ele sempre teve um temperamento complicado. Fugindo de casa, da escola, eu sempre fui atrás dele”, desabafa Lucimara, revelando a intensidade da sua rotina. Atualmente, Guilherme não está sob tratamento terapêutico e, para controlar seu comportamento agressivo, utiliza apenas medicações.

“Eu não consigo dar conta. Todos os dias, ele sai de casa e fica vagando. E eu tenho que sair à sua procura. Enquanto isso, dentro de casa, vivo em constante angústia”, continua Lucimara, expressando o desgaste emocional que essa situação impõe.

A repórter Nathalia Tavolieri e o técnico Carlos de Oliveira se depararam com Lucimara em um desses dias desafiadores, quando o filho havia saído de casa. “Estou exausta mentalmente. Sei que minha saúde mental não está boa e que preciso cuidar de mim por causa do meu filho”, disse ela, evidenciando a luta interna enfrentada por muitas mães nessa situação.

Nos últimos meses, Lucimara encontrou um suporte essencial no grupo de Mães Atípicas de Santana de Parnaíba (MASP), localizado na região metropolitana de São Paulo. “Para mim, que sou mãe solo, o grupo se tornou uma verdadeira rede de apoio. Trocam-se informações, dicas e desabafos. Ajudamos umas às outras”, afirma, destacando a importância da solidariedade entre essas mulheres.

Nesta edição do programa, o público pode acompanhar a íntegra da reportagem, que aborda não apenas os desafios enfrentados, mas também as formas como essas mães buscam apoio emocional e estratégias para lidar com a saúde mental em meio a uma realidade muitas vezes desgastante.

É fundamental refletir sobre a saúde mental na maternidade atípica e a importância de redes de apoio, assim como a necessidade de cuidados continuados para essas mães que, além de cuidarem de seus filhos, precisam lidar com o peso emocional que essa responsabilidade traz.

Visão Geral da Maternidade Atípica

As mães de crianças atípicas frequentemente enfrentam um estigma social que pode tornar ainda mais difícil sua jornada. A falta de compreensão por parte da sociedade e até mesmo de profissionais da saúde pode levar a um isolamento profundo, exacerbando os desafios já presentes na rotina cotidiana. A troca de experiências em grupos de apoio é um passo essencial para enfrentar esses obstáculos.

Além disso, especialistas recomendam que as mães busquem apoio psicológico e terapêutico, tanto para si mesmas quanto para seus filhos, como uma forma de enfrentar os desafios diários. O cuidado com a saúde mental é crucial, pois, como relatado por Lucimara, a exaustão emocional pode afetar diretamente a capacidade de cuidar de um filho com necessidades especiais.

Por fim, é vital que a sociedade como um todo se engaje em discussões sobre inclusão e apoio a famílias que lidam com a condição de filhos atípicos. Com mais informações e conscientização, podemos criar um ambiente mais acolhedor e que valorize a diversidade das experiências parentais.

Exit mobile version