sábado, novembro 8

Um Novo Paradigma na Agricultura

Com a ascensão da Agricultura 4.0, o uso de tecnologias como sensores inteligentes, drones, máquinas autônomas e soluções em nuvem revolucionou todos os aspectos da produção agrícola. Eduardo Gomes, gerente de cibersegurança da TÜV Rheinland, ressalta que, atualmente, o cotidiano do consumidor está intrinsecamente ligado à eficiência das redes e servidores, assim como à regularidade das chuvas.

No segundo trimestre de 2025, a Food & Ag ISAC reportou 44 incidentes de ransomware afetando o setor alimentício global e o agronegócio. Essas interrupções têm o potencial de comprometer a oferta de produtos, influenciar os preços no mercado internacional e abalar a confiança dos consumidores.

A Importância do Agronegócio Brasileiro

Em 2024, o agronegócio brasileiro foi responsável por 23,2% do PIB, englobando insumos, agroindústrias, logística e serviços. Diante desse cenário, a segurança cibernética se tornou tão crucial quanto o manejo de pragas ou a consideração das condições meteorológicas.

Vulnerabilidades do Setor Agro

A evolução tecnológica, embora tenha promovido a eficiência, também introduziu novos pontos de vulnerabilidade. Segundo a PWC, até 2025, espera-se que 45% das empresas do agronegócio adotem soluções de Internet das Coisas (IoT), em contraste com apenas 9% da média de outros setores. Além disso, 36% estão integrando inteligência artificial nas suas decisões estratégicas.

Ferramentas como colheitadeiras conectadas, monitoramento climático e plataformas digitais possibilitam a gestão em tempo real de toda a cadeia produtiva. Entretanto, essa digitalização aumenta a “superfície de ataque”, tornando sistemas, como plataformas de gestão agrícola e irrigação automatizada, vulneráveis a interrupções causadas por ataques cibernéticos.

No segundo trimestre de 2025, 26 grupos de ransomware foram identificados como alvos de empresas do setor, focando em roubo de credenciais e sequestro de dados.

Medidas de Proteção: O Que Fazer?

Para mitigar riscos, especialistas indicam que a cibersegurança deve ser integrada aos processos produtivos. Algumas medidas sugeridas incluem:

  • Segregação de redes corporativas e operacionais;
  • Implementação de autenticação multifator para proteger acessos remotos;
  • Manutenção de rotinas de backup confiáveis.

Além disso, o setor precisa estar preparado para incidentes, em vez de apenas reagir quando eles ocorrem. Isso implica na formulação de planos de resposta estruturados, realização de simulações periódicas e adesão a padrões internacionais, como a ISO 27001 e frameworks do NIST.

A realização de auditorias independentes e a obtenção de certificações são essenciais para aumentar a resiliência do setor, além de proporcionar maior confiança a parceiros e consumidores, ao assegurar que possíveis vulnerabilidades sejam identificadas antes de causarem danos.

O Papel da Cibersegurança na Segurança Alimentar

Proteger a infraestrutura digital se traduz em garantir a produtividade e a eficiência, fundamentais para a segurança alimentar. Ao adotar essas práticas, o Brasil fortalece sua posição como uma potência agrícola global, ajustando-se a um novo cenário em que tecnologia e segurança digital são tão vitais quanto a chuva e a qualidade do solo.

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